ENTREVISTA COM O AUTOR CARLOS URBIM
E- Como são preenchidas as suas horas de lazer?
C- Gosto muito de ler. Acho que é o que mais faço nas horas de
lazer. Mas também gosto de ouvir rádio. Adoro música popular brasileira: Chico
Buarque, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Noel Rosa. Também
ouço programas noticiosos. E, claro, vejo TV. O que mais assisto são
filmes antigos, mas não perco partidas de futebol importantes e decisões de
tênis. Sou fã do Rafael Nadal. Às vezes, não é sempre, tento fazer artesanato.
Colo coisinhas em telas. Só que não sei pintar, então uso uma cor única como
fundo e aplico detalhes. Há um livro meu, "Noite Estrelada", em que
as ilustrações são peças que criei com porongos, bolitas, pedrinhas.
E- Que livro você está lendo agora?
C- Estou lendo dois ao mesmo tempo. Vou intercalando, para
"durarem" mais. Um é "Espero Alguém", o mais recente do
Fabrício Carpinejar, com crônicas muito divertidas. O outro é "Contos do
Rio de Janeiro", uma coletânea de textos clássicos de Machado de Assis.
E- Qual a importância de contar história para crianças e
adolescentes?
C- Acho que a cada história que a gente conta conquista a
atenção de alguém. O importante é manter o interesse da garotada
e despertar o gosto pela literatura.
E- Onde você busca inspiração para escrever e produzir seus
livros?
C- A
maior parte do meu trabalho vem da infância que vivi em Santana do Livramento,
onde nasci. Quase todos os meus livros remetem a esse tempo, quando eu brincava
na pracinha em frente de casa. Tenho as melhores lembranças dos anos 50 e 60,
depois vim estudar Jornalismo em Porto Alegre e nunca mais morei lá.
E- Como surgiu o gosto pela literatura?
C- Era um guri muito curioso. Assim que descobri que estava
lendo, fiz ficha na biblioteca do colégio, Grupo Escolar Rivadávia Correa, para
levar para casa um livro por semana. Queria ler todos! Mas sempre digo que meu
gosto pela literatura surgiu também ouvindo rádio (ainda não havia TV), vendo
filmes nas matinês dos cinemas, indo aos circos e parques de diversões. Tudo
muito simples mas, aos meus olhos, era o que havia de melhor no mundo.
E- Como surgiu a ideia de criar uma história que se transformou
em obra literária?
C- Foi preciso me tornar pai para escrever o primeiro livro.
Quando meus filhos, Emiliano e Glauco, eram pequenos eu costumava contar
histórias para eles. Um dia, percebi que um personagem estava agradando. Era um
certo guri daltônico, que confundia as cores. Assim nasceu minha primeira obra.
Isso foi em 1984. Agora vou emplacar 28 títulos, a maior parte de literatura
infanto-juvenil. Mas também publiquei livros que são resultado do meu trabalho
como jornalista.
E- Como foi a sua infância e qual a relação com os livros?
C- Pois o guri da minha primeira história sou eu mesmo: nasci
daltônico. É uma "autobiografia". Tudo o que está ali aconteceu
comigo. Depois fui juntando a infância com a literatura. Nos meus livros há
pandorgas, brinquedos inventados por guri pobre, bolacha Maria, amendoim e
pipoca.
E- Que comentários você gosta de ouvir sobre seus livros?
C- Adoro quando a gurizada diz que começou a gostar de ler
quando topou com algum livro meu.
E- Nos diga em poucas palavras:
Um sonho: ser
avô, ainda não consegui...
O Brasil é um país: generoso,
apesar de tudo
Os adolescentes
precisam de: carinho e compreensão
Música: qualquer
uma cantada por Elis Regina
Eu ainda pretendo: viajar
de barco pelo Rio São Francisco e, depois, caminhar na Lua
Muito legal!!!!!!! =)
ResponderExcluirOs livros do Carlos, apesar de serem inspirados na vida dele, são muito legais. Bem legal a entrevista, esperamos que a turma 51 também faça.
ResponderExcluirBem legal!! :)
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